domingo, 24 de outubro de 2010

Estou grávida, e agora como será o sexo?

A gravidez é um momento único na vida de qualquer casal. A chegada de um bebê provoca transformações definitivas na vida a dois. O marido e a mulher, a partir de então, se tornarão também o papai e a mamãe. Os aspectos biológicos, psicológicos e sociais serão alterados, assim como mudarão os hormônios da futura mamãe. Em meio à tantas descobertas, desafios e expectativas, a vida do casal não pode e nem deve ser esquecida. Com capricho, é possível reorganizar o que parecia já estar perfeito, sem esquecer da vida de marido e mulher.

Um dos temas mais delicados e que estão intimamente ligados à gravidez, é a sexualidade. Durante este período, o casal “grávido” fica cheio de dúvidas, medos e receios, e o sexo que antes era cheio de tesão e amor, muitas vezes fica resumido à incertezas e descontentamento de ambas as partes. O que fazer?

É preciso desfazer o mito de que não se pode fazer sexo durante a gravidez. “Isso não existe, é mentira. Tudo que for prazeroso para a mulher é bom para sua a gravidez. O que não pode é rejeitar a mulher porque ela está grávida, isso sim é muito prejudicial para a mulher e para o bebê. Se for uma gravidez de risco, aí sim é que o sexo deve ser limitado e feito de acordo com as indicações médicas, exceto isso o sexo durante a gravidez é muito normal e necessário”, explica Iaperi Araújo, ginecologista e obstetra, pioneiro nos trabalhos de sexualidade humana no Rio Grande do Norte.

Apesar do sexo não ser proibido durante a gravidez, salvo em alguns casos específicos, algumas mulheres desenvolvem uma certa rejeição pela atividade sexual. Desequilíbrio hormonal, rejeição do parceiro, ansiedade e medo são alguns dos motivos mais comuns que podem desestabilizar a “relação sexual” do casal. A mulher está num momento delicado de sua vida, portanto necessita sentir-se cada vez mais amada e acolhida. As prioridades passam a ser outras, que diferem das do seu parceiro. É preciso paciência, pois trata-se de um momento frágil, em que a conversa e a compreensão são fundamentais.

Por outro lado, algumas mulheres ficam com a libido aumentada e seus desejos estão “à flor da pele”. Com os hormônios alterados e seu corpo visivelmente grávido: seios e ventre avolumados, muitas gestantes percebem-se mais femininas e sensuais, o que faz aumentar o desejo sexual e a procura pelo parceiro. Outras, ainda, por já se encontrarem grávidas, liberam a sexualidade mais espontaneamente, por vezes experimentando pela primeira vez o orgasmo pleno.

“O parceiro é uma figura muito importante durante a gravidez. Muitas vezes apenas o amor e o carinho que o homem dedica à sua parceira são suficientes para deixá-la muito mais tranquila, e tornar a relação afetiva melhor. Em alguns casos o carinho substitui a relação sexual. Entretanto, a sexualidade não precisa estar sempre ligada à penetração vaginal, existem outras formas de obtenção de prazer, é preciso que o casal aflore sua criatividade, e torne a relação sexual prazerosa para ambos”, ressalta Iaperi Araújo.

Fundamentando-se em algumas crenças e mitos religiosos, algumas inverdades surgiram, como: a penetração pode machucar o bebê; a ejaculação dentro da vagina pode afogar o bebê; ser mãe é algo sagrado, logo ter sexo durante a gravidez pode ser considerado como culposo; toda atenção tem que ser dedicada ao bebê, nada mais é importante; o orgasmo vai fazer mal ao bebê; enfim uma série de mitos que não devem ser tomados como verdades. A verdade é que o homem e a mulher devem manter o diálogo sempre em aberto, e tirar todas as dúvidas com um profissional.

Gravidez não é sinônimo de doença. É preciso bom senso, compreensão e, principalmente, respeito. Homens e mulheres têm necessidades diferentes, e quando a maternidade chega tudo adquire uma maior sensibilidade. É, portanto, de suma importância, o diálogo entre os dois, sem mágoas e ressentimentos, assim que as dificuldades conjugais comecem a surgir, para que não se acentuem e impeçam a retomada do vínculo posteriormente.

Um filho é um ser divino, e a sua chegada não deve ser tomada como fator de discórdia entre o casal, mas sim como um elo do amor.

Matéria publicada na Revista Guia Kids

Um comentário:

  1. Olá, estou aqui para divulgar o Sorteio que está rolando no Donna Chic.
    Participe.
    Beijos
    donna-chic.blogspot.com

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